quinta-feira, 5 de março de 2009

Um adeus


Porque toda vez que você volta eu tenho que chorar feito uma criança indefesa? Porque não consigo te deixar pra tras? Porque você faz questão de me maxucar assim? Será que não vê o quanto sofro por sua causa? Me deixa ao menos tentar sarar essa ferida que insiste em latejar e sangrar o tempo todo, me ajuda a te esquecer, me ajuda a te matar aqui dentro. Parasita, levou o melhor de mim, tomou todo o espaço possível, me sugou até não ter mais nada, mas me sustentava, me mantinha de pé... onde está você agora?! Onde está você e seus malditos abraços?  Aqueles abraços que duravam uma eternidade, lembra? Quantas lágrimas derramei ali, quantos risos eles me renderam, quanto saudade dissipada, quanta raiva evaporada, quanto amor eu ofertei, todo o meu amor, entregue nas suas mãos... O que esse amor é agora? Nada, absolutamente nada, você tenta desesperadamente voltar atras, você viu o tempo passando? O tempo que você deixou resolver as coisas nos separou e agora é tarde meu amor, muito tarde, são apenas lembranças, dolorosas lembranças... Se você ao menos soubesse o quanto eu te amei, o quanto eu te amo agora, eu não posso mais, sinto muito, eu não posso mais. Meu amor superou todas as barreiras, ódio, ciúme, inveja, preconceito, sexo, um amor de criança, um amor incondicional, um amor tão forte, tão puro que nem se considerava amor, viveu por você e te guardou segura dentro dele, agora me consome, me devora, implorando pela sua volta. Vai embora de uma vez, não me torture assim, mas quando minhas lembranças te atormentarem, lá na frente, depois de muitos e muitos anos, lembre-se que alguém viveu por você, e ainda te ama com a mesma intensidade dos primeiros meses, te deseja como a primeira vez, inteira, não pela metade, e espera anciosamente pela sua volta.

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